Devia morrer-se de outra maneiera.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentissemos cansados, fartos do mesmo sol a fingir
de novo todas as manhãs, convocariamos os amigos mais intimos
com um cartão de um convite para o ritual do grande desfazer:
"Fulano tal comunica ao mundo que vai transformar-se em nuvem hoje ás 9horas. Traje de passeio".
e então, solenemente, com passos de reter tempo,
fatos escuros, olhos na lua, de cerimónia, viriamos todos assistir à despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio. "Adeus? Adeus!"
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Amor, Saudade, Morte
Porque vieste ? - Não chamei por ti
Era tão natural o que eu pensava,
(Nem triste, nem alegre, de maneira
que pudesse sentir tua falta...)
e tu viste,
como se fosses necessário!
Nunca mais venhas assim:
pé ante pé, cobardemente oculta
Nas ideias mais simples,
Nos mais ingénuoos sentimentos:
Um sorriso, um olhar , uma lembrança...
- Não sejas como o Amor!
É verdade que vens, como se fosses
uma parte de mim que vive longe,
presa ao meu coração
como um elo invisivel;
Mas nao regresses mais sem que eu te chame,
- Não sejas como a Saudade!
Émbora a dor me fira, de tal modo
Que só as tuas mãos saibam curar-me,
Ou ninguém, senão tu, possa entender
O meu contentamento,
Não venhas nunca mais sem que eu te chame,
- Não sejas como a Morte!
Carlos Queirós
Era tão natural o que eu pensava,
(Nem triste, nem alegre, de maneira
que pudesse sentir tua falta...)
e tu viste,
como se fosses necessário!
Nunca mais venhas assim:
pé ante pé, cobardemente oculta
Nas ideias mais simples,
Nos mais ingénuoos sentimentos:
Um sorriso, um olhar , uma lembrança...
- Não sejas como o Amor!
É verdade que vens, como se fosses
uma parte de mim que vive longe,
presa ao meu coração
como um elo invisivel;
Mas nao regresses mais sem que eu te chame,
- Não sejas como a Saudade!
Émbora a dor me fira, de tal modo
Que só as tuas mãos saibam curar-me,
Ou ninguém, senão tu, possa entender
O meu contentamento,
Não venhas nunca mais sem que eu te chame,
- Não sejas como a Morte!
Carlos Queirós
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Súplica
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
e que nele posso nvegar sem rumo,
nao respondas
ás urgentes perguntas
que te fiz.
Deixa-me ser feliz,
assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a Vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer enquanto,
o nosso amor
durou.
MAs o tempo passou
há calmaria...
Não perturbes a calma que me foi dada.
ouvir de novo a tua voz seria
matar a sede com água Salgada.
Miguel Torga
e que nele posso nvegar sem rumo,
nao respondas
ás urgentes perguntas
que te fiz.
Deixa-me ser feliz,
assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a Vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer enquanto,
o nosso amor
durou.
MAs o tempo passou
há calmaria...
Não perturbes a calma que me foi dada.
ouvir de novo a tua voz seria
matar a sede com água Salgada.
Miguel Torga
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Ela'
“ Clara no escutar,
Morena no responder,
Morena para te amar,
Clara para te perder.
Quem nasceu mesmo moreno,
Moreno de vocação,
Gosta de mar e sereno
De estrela e de violão.”
Cecilia meireles
Morena no responder,
Morena para te amar,
Clara para te perder.
Quem nasceu mesmo moreno,
Moreno de vocação,
Gosta de mar e sereno
De estrela e de violão.”
Cecilia meireles
Morena
“ Morena, morena
Dos olhos castanhos
Quem te deu, morena,
Encantos tamanhos?
Morena,morna
Dos olhos galantes,
Teus olhos, morena,
São dois diamantes.”
Júlio Dinis
Dos olhos castanhos
Quem te deu, morena,
Encantos tamanhos?
Morena,morna
Dos olhos galantes,
Teus olhos, morena,
São dois diamantes.”
Júlio Dinis
Há palavras que nos beijam
“ Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.”
Alexandre O’Neill , no reino da Dinamarca
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.”
Alexandre O’Neill , no reino da Dinamarca
Um poema
“ Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e feitiço …
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar,
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não faz.
E pode acontecer que te dê paz..”
Miguel Torga, Diário XIII
É um poema
Um misto de oração e feitiço …
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar,
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não faz.
E pode acontecer que te dê paz..”
Miguel Torga, Diário XIII
Sonho da Mãe Negra
“ Mãe negra
Embala o seu filho
E na sua cabeça negra
Coberta de cabelos negros
Ela guarda sonhos maravilhosos.
Mãe negra
Embala o seu filho
E esquece
Que o milho já a terra secou
Que o amendoim ontem acabou.
Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho iria à escola
À escola onde estudam os homens.
Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho correria na estrada
Na estrada onde passam os homens.
Ela sonha mundos maravilhosos
Mundos maravilhosos
Onde o seu filho poderá viver. “
Marcelino dos santos, poetas de Moçambique.
Embala o seu filho
E na sua cabeça negra
Coberta de cabelos negros
Ela guarda sonhos maravilhosos.
Mãe negra
Embala o seu filho
E esquece
Que o milho já a terra secou
Que o amendoim ontem acabou.
Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho iria à escola
À escola onde estudam os homens.
Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho correria na estrada
Na estrada onde passam os homens.
Ela sonha mundos maravilhosos
Mundos maravilhosos
Onde o seu filho poderá viver. “
Marcelino dos santos, poetas de Moçambique.
A menina (...)
“ Esta menina que eu sei
É como a rosa-dos-ventos
Ora grita aqui-del-Rei,
Se alguém a vem namorar,
Ora maldiz os conventos
Onde o pai a quer guardar.
É riso agradecido
E um pranto de se acabar.
Parece um fruto maduro,
Do outro lado do muro,
Com medo de ser comido,
E medo de ali ficar.”
Miguel Torga, Diário
É como a rosa-dos-ventos
Ora grita aqui-del-Rei,
Se alguém a vem namorar,
Ora maldiz os conventos
Onde o pai a quer guardar.
É riso agradecido
E um pranto de se acabar.
Parece um fruto maduro,
Do outro lado do muro,
Com medo de ser comido,
E medo de ali ficar.”
Miguel Torga, Diário
sábado, 17 de outubro de 2009
Rapaz
@ Encontra o rapaz que te chama gira, em vez de boa.
@ Que te telefona quando lhe desligas o telemóvel na cara.
@ Que fica acordado só para te ver dormir.
@ Espera pelo o rapaz que beija a tua testa.
@ Que quer mostrar ao mundo inteiro que fica de mãos dadas contigo à frente dos amigos.
@ Espera pelo o rapaz que está constantemente a lembrar-te do quanto significas para ele, e de quanta sorte ele tem por te ter.
@ Espera pelo que se vira para os amigos e diz:'É AQUELA.'
@ Que te telefona quando lhe desligas o telemóvel na cara.
@ Que fica acordado só para te ver dormir.
@ Espera pelo o rapaz que beija a tua testa.
@ Que quer mostrar ao mundo inteiro que fica de mãos dadas contigo à frente dos amigos.
@ Espera pelo o rapaz que está constantemente a lembrar-te do quanto significas para ele, e de quanta sorte ele tem por te ter.
@ Espera pelo que se vira para os amigos e diz:'É AQUELA.'
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