Devia morrer-se de outra maneiera.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentissemos cansados, fartos do mesmo sol a fingir
de novo todas as manhãs, convocariamos os amigos mais intimos
com um cartão de um convite para o ritual do grande desfazer:
"Fulano tal comunica ao mundo que vai transformar-se em nuvem hoje ás 9horas. Traje de passeio".
e então, solenemente, com passos de reter tempo,
fatos escuros, olhos na lua, de cerimónia, viriamos todos assistir à despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio. "Adeus? Adeus!"
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